terça-feira, 26 de abril de 2011

Harmonia em Trítono - Fim do Primeiro Capítulo


Para minha surpresa, encontrava-me em minha cama olhando para o teto, e aquela névoa ainda parecia estar lá, mas desaparecendo. Não sabia bem qual era o limiar entre sonho e realidade. Num estado de semi-sonambulismo, peguei minha guitarra. Não raciocinava música alguma, meus braços tocavam algo que nunca havia idealizado.
Era uma música peculiar. Quando parava de fazer a base, ligava a canção com “riffs” que soavam como gritos desesperados de imploração por clemência. Aquilo não vinha de mim, mas reconheço que achei genial. Afinal, os melhores músicos foram aqueles que chocaram seu público, tanto com a beleza virtuosa e cristã, quanto com a escuridão.
Durou exatos 47 minutos. Parecia um ritual para entrar em contato com algo, ao mesmo tempo, elevado e subterrâneo. Era a minha sinfonia. Passei anos compondo para minha banda de rock e nunca havia sido de tal genialidade. Não reconheci a mim naquela melodia, porém, se não fosse minha, a quem mais pertenceria?
Não pude anotá-la ou mesmo gravá-la. Quando terminei de tocar, caminhei lentamente até o pedestal, onde deixei a guitarra, e voltei para a cama como uma marionete de sabe lá quem ou o que. Foi aí que retomei total controle sobre meu corpo e mente, podendo voltar a dormir.


 Considerações:


Espero que tenham gostado do primeiro capítulo de meu livro, "Harmonia em Trítono". A história tem ainda muita coisa pela frente e, lendo apenas esse trecho, é impossível imaginar seu desenvolvimento e desfecho. Cheguei a pensar em postá-lo inteiro aqui, mas acredito que seria tempo demais para vocês acompanharem a história. Também confesso que tive medo de ser plagiado. Provavelmente conseguirei revisá-lo até o fim do ano, para poder publicá-lo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Libertadores: roteiro cinematográfico

Santos 3x1 Deportivo Táchira
37 mil santistas tomaram o Pacaembu no fim da tarde desta quarta-feira, 20 de abril.
E certamente nunca esquecerão a data.
Viram um Santos seguro, confiante, absoluto dentro de campo contra o fraquíssimo Táchira/VEN.
Há um tempinho atrás todo mundo imaginava que o Santos, por causa do início complicado, fosse se dar mal logo na primeira fase da Libertadores.
Adílson Batista não conseguiu arrumar o time, nem Marcelo Martelotte.
Entendo e respeito a teoria de alguns de que técnicos devem ter um tempo de adaptação para que comecem a ser cobrados por resultados.
Mas somos obrigados a admitir, principalmente depois dessa partida, que a demissão de Adílson e a contratação de Muricy Ramalho salvaram a temporada do Santos.
Um time apático, sem brilho e sem brio se transformou numa máquina de pressão, de marcação e de vibração.
O Santos renasceu.
Dos pés de Neymar, Jonathan e Danilo saíram os gols que coroaram mais uma grande atuação do Peixe da Vila Belmiro, ou do Pacaembu.
É como a torcida não parou de entoar das arquibancadas: “Tiraram onda bem antes da hora, mas essa camisa tem que respeitar. Já fez seu nome pelo mundo inteiro, é o nosso amor primeiro, é o Leão do Mar!”.
Argentinos Jrs 2x4 Fluminense
Para o Tricolor das Laranjeiras, ao contrário do pensamento pitagórico, os números não significam nada. Nem a matemática, nem as probabilidades, nem as porcentagens, nem as críticas, nem nada.
Quando o Fluminense quer, ele consegue.
Bastava usar a única tática que ainda não havia usado nessa Libertadores: jogar bem.

Muricy, aquele mesmo que mudou o espírito e classificou o Santos, foi o algoz, não conseguiu fazer o Fluminense jogar bola durante sua passagem.
Saiu e o time continuou sem render.
Talvez para dar mais emoção no final, pois é assim que o Fluminense vai.
Os admiradores do futebol guerreiro e incansável devem levantar-se e aplaudir. Classificação honesta e bonita.
É uma pena não termos mais Nelson Rodrigues para invocar uma daquelas crônicas épicas e inesquecíveis.
Ele certamente renovaria a afirmação de que
...o melhor time é o Fluminense.  E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”.
Nesse caso, pior para a matemática.
Vida Dura
Milagres à parte, é bom ver que todos os brasileiros que entraram na fase de grupos da Libertadores conseguiram a classificação.
E é agora que a competição começa a ficar tensa e ainda mais empolgante.
Confira as chaves:
Cruzeiro x Once Caldas
América/MEX x
Santos
Junior Barranquilla x Jaguares
Cerro Porteño x Estudiantes
Libertad x Fluminense
LDU x Vélez Sarsfield
Internacional x Peñarol
Universidad Católica x
Grêmio
CRUZEIRO X SANTOS e INTERNACIONAL X GRÊMIO nos aguardam nas quartas-de-final.
Emoção à flor da pele? É, talvez, talvez...


Por Gabriel Carneiro

terça-feira, 19 de abril de 2011

Harmonia em Trítono – Parte 2

Ela se aproximava. Pude notar os traços de seu rosto e tive uma surpresa. Era a imagem de minha mãe. Não a via desde meus seis anos de idade, quando ela e papai desapareceram. Mas não sentia seu calor, na verdade sentia náuseas. Era algo que representava um mal incompreensível se apoderando da imagem de mamãe.
Seu caminhar durou até o momento em que parou a dois metros da porta onde me encontrava petrificado. Foi minha vez de andar até ela, não porque tinha vontade, mas sim, porque estava sendo atraído, forçado. Andei até poder encostar levemente a minha testa na sua. Não nos tocávamos. Apenas tínhamos nossos rostos colados um no outro. Ambos estávamos de bocas abertas e eu podia sentir o calor de sua respiração descendo goela abaixo.
Após alguns minutos de silêncio, ela começou a falar. Não podia entender, eram apenas sussurros. Talvez não tivesse o objetivo de ser compreendida, apenas de jogar aquelas palavras com ar de oração sombria dentro de mim, para ferir minha alma. Ela falava algo rapidamente, depois parava, abria a boca, soltava um suspiro muito parecido com o vento que entra levemente pela janela durante uma madrugada fria e seca, e então voltava a falar.
Naquele estado de horror, não esperava que algo pior pudesse vir de minha suposta figura materna, mas podia. Ela suspirou após sua última fala e colocou sua língua dentro de minha boca. Na verdade, nossas línguas se entrelaçaram numa dança sensual que uma mãe não tem com seu filho, algo como um ritual de carne que as religiões chamariam de satânico. Nossos rostos estavam congelados enquanto nossas línguas se moviam.
Um fluído arroxeado passava de sua língua para a minha. Aquilo estava sugando minha vitalidade. Sentia como se estivesse enfraquecendo e cedendo eternamente àquele estado endurecido no qual me encontrava, poderia permanecer para sempre ali, até a morte de meu espírito. No entanto, em certo momento, comecei a sufocar como se aquilo tivesse entupido minha via respiratória. Minhas veias saltavam na cabeça, assim como meus olhos inchavam. Foi aí que, em milésimos de segundo, fui arrastado, despencando do plano astral ao físico como se minha alma caísse sobre meu corpo. Acordei.
Por Luiz Vassalo

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nosso sistema eleitoral realmente melhorou?

A Comissão para a Reforma política entregou nesta quarta feira o relatório final ao presidente do Senado, José Sarney. Foram cinqüenta dias de trabalho em que, toda terça e quinta feira, os senadores representantes de cada partido debateram propostas de emenda constitucional visando à melhora de nosso complexo e falho sistema eleitoral. Agora, as propostas passarão pela aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça, pelo Plenário do Senado e pela Câmara. Pouparei vocês, meus leitores, de dissertar sobre perfumarias assim como a decisão sobre datas de posse e critérios para suplência.
Finalmente acaba a reeleição. Essa aberração que foi acrescentada em nossa Constituição por FHC e reaproveitada por Lula, chegou ao fim. Nosso ex-presidente tucano, aproveitando a bandeira da estabilização econômica, conseguiu a aprovação dessa medida inconseqüente e se reelegeu. Durante o governo petista que se iniciou em 2002, nunca antes na história desse país nos deparamos com um presidente que, preocupado com as próximas eleições, fez tanta propaganda eleitoral durante o mandato. Um ponto para a Comissão.
Decorrente da queda da reeleição, aumentou-se o mandato de 4 para 5 anos. Creio que também seja decisão acertada. Esse período de mandato é suficiente para realizar, ao menos, boa parte do que os candidatos tiverem em seu projeto.
Outra vitória para nosso país é o financiamento público com limite de gastos às propagandas eleitorais. Não haverá mais grandes disparidades quanto à diferença do marketing entre os políticos, o que tornará o horário eleitoral mais democrático. No entanto, não acredito que isso acabe com esquemas de corrupção, assim como o de PC Farias durante as eleições e o governo de Fernando Collor. A corrupção se adéqua ao sistema.
Por outro lado, temos uma boa novidade acompanhada de um erro grave. O fim das coligações durante as eleições poderia gerar comemorações se não estivesse atrelado à decisão em relação à lista fechada. Agora, deixaremos de votar em deputados e vereador para dar nosso voto ao partido, que elaborará uma lista predefinida, por ordem de preferência, de quem assumirá aos cargos. Como podemos confiar em um partido em si, quando dentro dele não existe a menor coerência? Primeiro precisamos ter uma lógica que mova o ideal e as decisões dentro dos partidos, para, só depois, decidirmos se essa partidocracia é o melhor caminho.
A obrigatoriedade do voto, que também foi aprovada, é um tema que é encarado por muitos como um tema secundário, porém, não o vejo dessa forma. Creio que a democracia começa, inclusive, na hora em que decidimos se realmente queremos e estamos preparados para votar. Puxando para o lado funcional, também acredito que menos Tiriricas estariam ocupando cadeiras nos cargos políticos se o voto fosse facultativo, porque, quem vota dessa forma, não é uma pessoa que realmente queira participar do exercício democrático, sendo assim, melhor permiti-la ficar em casa e cuidar de sua mediocridade sem prejudicar a sociedade à volta.
Concluindo, não creio que tenhamos dado muitos passos a frente com essa Comissão. Nosso sistema político está, cada vez mais, obedecendo aos partidos que estão se aproveitando dessa falha bandeira da fidelidade partidária para controlar nosso voto. Precisamos urgentemente fazer campanhas de conscientização para evitar que nosso povo caia na enrascada de aderir a esses ideais mascarados de interesses partidários.
Por Luiz Vassallo

domingo, 17 de abril de 2011

"Misto quente" do Corinthians vence na última rodada


                 
Tinha tudo para ser o pior jogo da rodada. De um lado, o Corinthians, já classificado e com apenas 3 jogadores considerados titulares. Do outro, o Santo André, já rebaixado e preocupado com o jogo da próxima quarta-feira contra o Palmeiras pela Copa do Brasil.

Pode não ter sido o melhor jogo, mas ficou longe de ser um jogo monótono, pelo menos para o torcedor corintiano, que viu desde o início da partida os reservas do Corinthians movimentando muito bem a bola, criando oportunidades e levando perigo ao goleiro Neneca.

Mas, se por um lado o meio de campo tocava bem a bola, o ataque não convencia nem um pouco. Edno, que não é centroavante, pouco era acionado, e quando recebia a bola, desperdiçava chances claríssimas de gol.

Apesar das falhas, ficava visível que era qustão de tempo para que o 1º gol alvi-negro saísse. E saiu dos pés, ou melhor, da cabeça de Paulo André aos 21 minutos. O zagueiro não atuava desde Outubro, devido a uma lesão no joelho, e retornou em grande estilo atuando de forma segura na defesa, além, é claro, de ter marcado um gol.

Depois disso, o Corinthians administrou bem a partida até o final da primeira etapa dominando o Ramalhão que não deu trabalho algum ao goleiro Rafael Santos.

No segundo tempo, as equipes voltaram com as mesmas formações e as mesmas características. O Corinthians atacava e o Santo André defendia. E quando o Santo André defendia, o Corinthians, por incrível que pareça, atacava.

Ficaria assim até o final. O Corinthians garantia sua vaga na 3ª colocação e esperava apenas o apito do árbitro para voltar para casa. Mas, o que "apimentou" a partida foi o terceiro gol do Santos na Vila Beumiro que, devido ao número de gols marcados, passava o Timão na classificação do campeonato. No entanto, faltando três minutos para o fim da partida, Edno apareceu na área e, também de cabeça, marcou o gol que devolvia a 3ª colocação ao alvi-negro da capital.

Pontos curiosos: O Corinthians praticamente jogou com o mesmo time os 90 minutos da partida. A exceção se deu pela entrada do Volante Nenê Bonilha, revelação do Paulista de Jundiaí que jogou incríveis 30 segundos de partida com direito a dois toques na bola. Ele entrou no lugar do aplaudidíssimo Bruno César, que parece ter reencontrado o bom futebol.

Foi um teste razoável para os reservas que mostraram um bom serviço para o técnico Tite. Agora o Corinthians enfrenta o Oeste no domingo de Páscoa pelas quartas-de-final do Paulistão.

Por Rafael Costa

Paulistão?

Neste Domingo, a primeira fase do Campeonato Paulista de 2011 foi encerrada.

Definidos os quatro times que disputarão a Série A2.

Definidos, também, os outros quatro que disputarão as quartas de final.

Contra os já definidos em 2010, São Paulo, Palmeiras, Cortinthians e Santos, graças ao imenso número de oito classificados que o regulamento propôs e os clubes assinaram.

O recém chegado São Bernardo, o Grêmio Prudente, o Noroeste e o Santo André despediram-se melancolicamente, embora merecessem a companhia de pelo menos Ituano, Bragantino, Linense e Botafogo.

Não é afronta aos clubes ou às cidades, mas sim ao péssimo futebol que o Paulista-11 apresentou. O ex-Barueri e o Ramalhão caíram duas vezes em menos de seis meses. Tão ridículo quanto a rima formada no período anterior.

Entre os oito primeiros poderiam pintar Paulista ou São Caetano. Americana não, pois o negócio é futebol e não o contrário.

O São Paulo começa a ganhar nova cara com Carpegiani, assim como regularidade. Esta, o Palmeiras de Felipão tem de sobra e o Corinthians de Tite e o Santos de Muricy buscam incessantemente.

Os dois primeiros colocados, por coincidência, não venceram na última rodada. Empate entre tricolores e o Oeste e vitória da Macaca contra os verdes.

O Peixe e o Timão venceram, sem levar gols e mativeram suas posições.

Futebol fraco, sonolento, infinitas rodadas e um mata-mata, que só mata o trabalho de  19 rodadas em uma tarde de domingo.

Paulistão só no tamanho da tabela e na incompetência dos cartolas!

Por Bruno Grossi

O som da liberdade

Ela ainda assistia os últimos pedaços se tornarem cinzas com um sorriso no rosto e um regozijo incontrolável. Era uma sensação indescritível de liberdade, de vingança. Ela não queria que aquilo terminasse. De uma forma ou de outra, dar fim àquelas fotografias acalmava seu coração calejado. Ela podia respirar sem doer, sem parecer que havia um buraco no meio do peito. Ágata sabia que aquilo era placebo, sua dor continuaria ali por um bom tempo. Suas lembranças jamais a deixariam em paz. Mesmo sua paz de espírito se fora. O que fazer quando te tiram o chão?
Enquanto as últimas chamas se apagavam, Ágata apanhou um café bem forte e totalmente sem açúcar. “Amargo como meu coração”, pensou. Era difícil aceitar a ideia de que fora traída por alguém em quem confiava tanto. A imagem daqueles dois juntos era inimaginável. Algum pedaço parecia faltar. Algum não, muitos pedaços. Lidar com a situação estava se fazendo extremamente complicado. Ágata estava tentando seguir com sua vida, com seus objetivos, com seus sonhos, mas certas imagens e ideias não lhe abandonavam. Quando parava em seu quarto e começa a divagar, um jogo de palavras e imagens tomava sua mente, questionando-a, perturbando-a, rindo de sua cara e chamando-a de perdedora. Afinal, ela havia sido passada para trás. Seu orgulho fora pisoteado, sua autoestima estava no chão. Recomeçar era parte de sua rotina, mas as forças estavam lhe faltando.
Resolveu sair daquela imobilidade na qual se encontrava e juntou os restos fotográficos numa sacola plástica. Havia muita fumaça e Ágata estava ficando enjoada. Jogou tudo no lixo, fechou a porta e foi deitar-se. Dormir havia se tornado um sacrifício naqueles tempos, já que era o momento do dia que as lembranças se apossavam de sua mente de forma incontrolável e dolorida. As lágrimas eram inevitáveis. Era odiável sentir-se tão humana. Toda essa vulnerabilidade lhe deixava revoltada. Resolveu colocar sua banda favorita para tocar.
Ágata começou a sentir ojeriza de sua cama. Ficar de um lado para o outro todas as noites era cansativo. Dormir uma noite inteira seria pedir demais?  A noite escura e fria lhe deixava mais atormentada ainda. O vento uivava lá fora, enquanto sombras desenhavam o chão do quarto. O vazio foi tomando seu interior de forma absurda e não era mais possível respirar. A dor era deveras grande. Finalmente um choro profundo rompeu em seu peito. Um choro desconsolado. O mundo não tinha acabado, mas o seu mundo sim. A música agora soava baixa e depressiva.
Tornou-se impossível ficar naquele lugar. Ágata largou tudo do jeito que estava e resolveu sair. Pegou as chaves do carro e correu para a garagem, as lágrimas caindo feito cachoeiras por seus olhos, agora mais azuis do que nunca. Pisou fundo no acelerador e partiu sem rumo. Ela mal enxergava o caminho, só tinha a certeza de que devia deixar tudo para trás. Quando se deu conta, estava numa estrada escura que era conhecida. Por muitas vezes, Ágata havia feito aquele caminho para chegar ao seu paraíso particular, um penhasco no final da estrada. A vista era linda e costumava lhe acalmar a alma. Um arrepio subiu pela espinha, talvez pelo vento frio que entrava pelas janelas. O aperto no coração não lhe deixara jamais.
Percebeu que o penhasco se encontrava a frente. Parou o carro, desceu e começou a caminhar para mais perto da ponta, como sempre fazia. O vento se fazia cada vez mais forte e cortante. Ágata não conseguia sentir mais nada, a não ser o fascínio de se aproximar cada vez mais da beira e aquela dor incessante. Quando finalmente chegou bem próximo ao fim do precipício, parou para escutar o zunido que o vento forte fazia ao passar por suas argolas de prata. Aquele som anestesiou-a, parecia a mais divina melodia que já ouvira na vida. Em júbilo, caminhou mais um pouco, até a ponta de seus pés não estarem mais em contato com o solo. Só havia o som em sua cabeça no momento. Fechou os olhos e continuou a caminhar. Nada mais importava, ela estava feliz. Havia finalmente encontrado a famigerada felicidade. Ágata estava livre. Da agonia, da dor, dos sentimentos humanos. Livre para sempre.

Por Vivian Leal

sábado, 16 de abril de 2011

Crítica

Nessas últimas semanas a televisão brasileira trouxe uma série de novidades no campo da dramaturgia. Eu tive a oportunidade de acompanhar algumas delas e decidi fazer uns comentários críticos que não podem ser considerados definitivos, tão somente eu assisti muito pouco dessas novas produções, que estão apenas chegando.
Cordel Encantado, novela da Globo
Sabe quando você assiste uma novela e não se sente idiota? Ultimamente isto tem sido bastante difícil, mas aí veio a nova das seis da Globo. Com a impecável direção de Ricardo Waddington, o texto inteligente e audacioso de Thelma Guedes e Duca Rachid, o talento de um elenco muito bem escalado e entrosado e a tecnologia de cinema (aquela história dos 24 quadros por segundo), a primeira semana de Cordel Encantado foi de encher os olhos do público.
O mais interessante de ressaltar é que se trata de uma trama fantasiosa e montada sob os moldes de uma fábula épica, por que não dizer, um conto de fadas do sertão.
Romance, humor, fantasia, leveza. Tudo o que o telespectador das seis da tarde quer ver.
Não tenho dúvidas em afirmar que será um sucesso de público e crítica.
Morde & Assopra, novela da Globo
Eu tenho a clara sensação de que já vi aquelas histórias sendo contadas antes. Não existe o tom de novidade que uma novela precisa ter para seduzir seu público.
Walcyr Carrasco insiste em escalar alguns atores que não são suficientemente expressivos, como Paulo Vilhena, Sérgio Marone, etc, etc.
O público está cansado dos mesmos personagens e dos textos repetitivos de Carrasco no horário.
Imagino que a novela não enfrentará problemas na audiência, já que as tramas centrais estão bem articuladas. Mateus Solano, Flávia Alessandra, Caio Blat, Marcos Pasquim, Adriana Esteves e Vanessa Giácomo carregam a novela nas costas. Até quando?
Amor e Revolução, novela do SBT
Talvez seja a única produção do gênero que busque “acrescentar” alguma coisa ao povo brasileiro. Não sei se essa é missão de uma novela, que é puro entretenimento, mas vale a colocação.
Trata-se da história do país, mas principalmente de uma história de amor nos anos de chumbo da ditadura. Para quem entende de teledramaturgia, algo semelhante a Anos Rebeldes, da Globo.
A questão é que essa aí foi feita em 1992, quando ainda havia ecos da ditadura e pouca liberdade para o autor Gilberto Braga. Hoje é diferente. Tiago Santiago, que traz no currículo a risível Mutantes, da Record, é o responsável por Amor e Revolução e está livre para bancar qualquer conteúdo político e mesmo cenas de tortura e violência. Se é para ser uma história coerente, o SBT e Tiago têm mesmo que arriscar e ousar.

A eleição de Dilma Rousseff, uma ex-guerrilheira, fez a novela aparecer no momento certo. Afinal, o brasileiro precisa dar de cara com sua história.
Assisti à primeira semana e não gostei do que vi.
Apesar de relembrar todos esses momentos, Tiago supõe em seu texto que o brasileiro não conhece o mínimo de sua história, ou seja, apresenta os personagens e o contexto como um livro de história da 4ª série, com o nível lá embaixo. Espero que com o tempo, a trama possa evoluir.

Outro ponto interessante é a direção da novela. O trabalho não me parece ser o mais bem feito, tanto que muitos atores parecem desconfortáveis em cena. Além disso, as cenas de ação, trocas de tiros e violência são no mínimo toscas.
Se era pra fazer uma novela que marcasse a história da teledramaturgia, custaria muito mais caro um investimento em direção e pessoal capacitado para transformar esse tipo de cena em algo verossímil?
Apesar de tudo não gostaria de destacar só os pontos negativos...
O horário é muito bom, o tema é o melhor possível para o momento e existe um potencial muito grande, basta virar realidade.
Rebelde, novela da Record.
Falta muito para a emissora paulistana chegar perto do padrão de qualidade que o público sente prazer em ver, que não é, necessariamente, o padrão Globo.
A Record peca em elementos fundamentais de uma boa trama: diálogos mal formulados, texto espalhafatoso e atores mal conduzidos.
Rebelde é só mais uma mostra disso.
Elenco eficiente, que deve levar a novela até o final sem grandes problemas, mas também sem grandes surpresas, o que é a chave da desventura.
A Record trouxe, há alguns anos, uma proposta muito boa de fornecer alternativa de entretenimento em televisão, mas a decepção aumenta cada vez mais.
Alguns atores que deixaram a Globo por essa oportunidade na Record estão, aos poucos, voltando para casa. Exemplos de Gabriel Braga Nunes, Lavínia Vlasak, Tuca Andrada, Petrônio Gontijo, entre outros.
Se a Record não investir logo em autores hábeis e inovadores e em direção moderna pode ver seu barco afundar em pouco tempo.

Batendo Ponto, Tapas e Beijos, Divã e Macho Man, seriados da Globo.
A emissora resolveu apostar em produções novas e faz muito bem. A retirada do ar do Casseta e Planeta foi importante para evitar a ridicularização dos integrantes da trupe que, em sua maioria, são bastante talentosos. Sabe reciclagem?
No lugar do Casseta entrou Tapas e Beijos, estrelada por Andréa Beltrão e Fernanda Torres.
Minha análise é a mesma para Divã, que estreou logo depois com Lilia Cabral protagonizando.
Assisti as duas em sequência e não dei nenhuma risada. Talvez seja uma tentativa da emissora de fugir da estereotipação que alguns seriados acabam tomando, como Toma Lá Dá Cá, que no final da última temporada só tinha personagens-bordão.
São séries mais exigentes intelectualmente, e talvez isso cumule em um eventual insucesso na audiência, mas os textos são bons. Quem acha que vai morrer de rir nas noites de terça-feira está enganado.
Batendo Ponto, por sua vez, é mais divertida. No domingo à noite, pode ser uma boa desestressar e rir com Ingrid Guimarães, Pedro Paulo Rangel e Alexandre Nero. O grande problema é que é um humor muito fácil, os personagens e as piadas são criados para que as pessoas dêem aquelas risadinhas sem graça e pronto, ou seja, o humor é raso, meio óbvio.
Fora isso, não deu audiência, chegou a ficar em 3° lugar no Ibope e não deve ter vida longa no pós-Fantástico.
Macho Man, da dupla Fernanda Young e Alexandre Machado me parece ter vindo para ficar. O personagem principal é feito por Jorge Fernando. É a história de um gay que depois de sofrer um acidente numa boate acaba passando a sentir atração por mulheres, ou seja, se torna um ex-gay, algo que detesta, mas tem que conviver.
A série alternou momentos de humor barato, complexo e escrachado, características do casal de autores e teve grandes momentos. Acho que com o tempo a série tende a melhorar.
É muito bom ver que a televisão brasileira está em busca de sair da mesmice. Sem essa de mais do mesmo, modernizando e melhorando a qualidade da programação.

Por Gabriel Carneiro

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Santos Renasce

14 de abril de 1912.
Em viagem inaugural, depois de zarpar de Southampton/ING em direção de Nova York/EUA, o maior navio de passageiros do mundo, o Titanic, colide com um iceberg e naufraga. Fruto de trabalho árduo e com tecnologia de ponta, era considerado “inafundável”. Destino tenebroso.
14 de abril de 1912.
Na cidade de Santos, três rapazes idealistas se reúnem para fundar um clube de futebol. O grande sonho era que um dia se tornasse o maior time da cidade. Destino inimaginável.

14 de abril de 2011.

No dia do seu aniversário de 99 anos, quem deu bola mais uma vez foi o Santos Futebol Clube.
Com muitos desfalques, o time foi ao Paraguai encarar o Cerro Portenho, líder do grupo 5 da Libertadores.
A vitória era simplesmente fundamental, o time estava sob pressão por todos os lados. Jogo fora de casa, estádio lotado, muitos desfalques, aniversário do clube... e o renascimento do Santos na Libertadores ficou nas mãos dos 11 guerreiros que entraram em campo sob a batuta de Muricy Ramalho.
E foi justamente a interferência do treinador que fez o Santos atuar de forma organizada e equilibrada. Os jogadores sabiam, pela primeira vez na competição, o que tinham que fazer em campo: defender, catimbar, mas nunca negar a mentalidade ofensiva.
E assim foi.
O maestro Paulo Henrique Ganso deu o tom e seus eficientes companheiros colocaram a bola dentro das redes adversárias duas vezes. Danilo e Maikon Leite foram os autores dos gols.
O Cerro diminuiu a vantagem no final, mas nada que pudesse assustar.
Nem o santista mais fanático imaginaria que essa partida fosse ser tão fácil.
O Peixe se comportou como time guerreiro, mas não teve muito trabalho, o Cerro não esboçou reação, apenas aceitou a simples condição de time pior.
“O fragor das batalhas memoráveis” prenunciado pelo padre Paulo Horneaux de Moura deu a tônica da vitória que reanimou o Santos na competição continental.
Ninguém mandou desconfiar do Santos...
Deram a brecha. 99 anos e mais vivo do que nunca.


Por Gabriel Carneiro

terça-feira, 12 de abril de 2011

Harmonia em Trítono – Parte 1

Deparei-me com a porta de meu apartamento. Não sabia de onde vinha, apenas tinha a noção de estar voltando. Minha vista estava turva, ou uma neblina negra onipresente bailava em movimentos circulares e absorvia a luz local. Quando movia minha mão, ela se esvaia entre os dedos como que um fluído sedoso.
Consegui achar a fechadura e empurrei a porta, que abriu sem fazer qualquer ruído. Paralisei logo ao adentrar o lar, quando percebi que este estava também inundado com o mar de vapor viscoso. Era dia, porém o ambiente estava escurecido, e tudo só se diferenciava pelos contornos em escala de cinza.
A planta de meu apartamento era conduzida por um corredor que dava acesso a todos os quartos e a suíte, que fica nos fundos. Portanto, quando se entrava pela sala, podia-se ver até o fim de sua extensão. Estava impossível de enxergar o fundo, pois, na metade do corredor, havia um buraco negro de sombras das quais, apenas se destacavam alguns perfis de objetos metálicos.
Continuava petrificado naquele silêncio. Eu queria sair correndo, mas temia virar e me deparar com algo pior, ou dar as costas para aquele obscuro cenário. Dava para ouvir o bater de meu coração, que palpitava a ponto de senti-lo reverberando na garganta. E isso perdurou até começar o chiado.
Uma silhueta feminina se aproximava lentamente, curvada, com os braços praticamente pendurados no corpo. Não era possível ainda distinguir cores, apenas um contorno que vinha arrastando os pés, fazendo um chiado leve como o de uma folha de papel sendo arrastada lentamente pelo chão.
À medida que se aproximava, era possível notar sua pele branca gélida, como se o sangue já não circulasse, formando uma poça densa dentro de seu corpo. Suas pupilas estavam dilatadas a ponto de não ser possível distinguir sua íris, não passavam mensagem alguma, apenas fixação em meus olhos, que, por sua vez não piscavam já entregues. Sua boca estava aberta e, entre um passo e outro, era possível escutar sua respiração, que soava sempre como um último sopro de vida.
Luiz Vassallo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pós-jogo: Santos 3x2 Colo Colo

Aposto que você lembra do time de futebol que fez mais sucesso no ano de 2010 e encantou todo o país, certo? Aquele dos moleques... aquele que sempre goleava e jogava bem, e que ninguém conseguia vencer... o Santos? Pois é.  Depois de se esconder por trás do “futebol de resultado” proposto pelos treinadores Adílson Batista e Marcelo Martelotte e de ver a torcida dar as costas ao time, o Santos resolveu voltar a ser Santos na noite de ontem.

Desesperado com a possível eliminação na 1ª fase da Taça Libertadores (o time só tinha 2 pontos até então), o Santos entrou em campo com uma nova mentalidade e querendo atacar o chileno Colo Colo desde o início. Ainda nervoso, não conseguia concatenar jogadas de efetividade, mas continuou buscando com base no toque de bola rápido e nos chutes de média distância, já que o goleiro adversário, Castillo, não é o que se pode chamar de melhor goleiro do mundo.

Até que resolveu deixar o nervosismo de lado e pensar o jogo. Com cérebros como os de Elano, Paulo Henrique Ganso e Neymar, não deu outra. O Santos tocava a bola e batia no gol, insistentemente. Uma hora tinha que sair. E saiu. Elano, de falta, marcou o primeiro e incendiou a lotada Vila Belmiro, feliz e confiante.

Não demorou para o volante Danilo anotar o segundo. Esse jogador, inclusive, foi uma grata surpresa da partida de ontem. Ele não vinha fazendo exibições convincentes, mas ontem foi um dos melhores em campo, sem dúvidas. No segundo tempo, o Santos buscou o controle do jogo, mas não contava com a perda do controle emocional.

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

Neymar fez jogada linda, típica dele mesmo e marcou o terceiro do Peixe, para o total êxtase da torcida.
Alegre, foi comemorar o gol e colocou uma das máscaras com seu rosto que haviam sido distribuídas ao torcedor do Santos antes da partida. Como já tinha cartão amarelo, acabou expulso. Discussões de regra à parte, o Santos ficou enfraquecido com a perda do melhor jogador.

O clima esquentou e o Santos ainda viria a perder Zé Eduardo e Elano expulsos. Grande problema para ser resolvido na próxima quinta-feira, quando o Peixe visita o Cerro Portenho no Paraguai em busca de tranqüilizar sua situação na Libertadores. E o grande reforço será o novo técnico, Muricy Ramalho, que vai ter muito trabalho pela frente.

Lembrando, é claro, que o time tomou um grande sufoco perto do final da partida, quando o Colo Colo reagiu, marcou dois gols e graças à sorte do Peixe, ficou por aí mesmo. Uma das primeiras missões de Muricy será o de acalmar o time e dar aquela noção de “fez, segura”, se é que você me entende.

Com novo fôlego na competição continental, a torcida santista canta extasiada e pode continuar sonhando com a terceira estrela.

Por Gabriel Carneiro

Tricolor por tricolor, deu São Paulo Vencedor



No duelo decisivo entre tricolores na última quarta-feira pela Copa do Brasil, o São Paulo levou a melhor sobre o Santa Cruz. Os 21.056 pagantes que praticamente lotaram a Arena Barueri presenciaram um jogo digno de mata-mata, com direito a pênalti perdido e 4 expulsões.

O Santa Cruz havia vencido a primeira partida no Recife pelo placar de 1 x 0 (gol contra de Rodrigo Souto) e veio à São Paulo jogando pelo empate para garantir a classificação para as oitavas de final da competição nacional. Sabendo que não se tratava de uma tarefa nada fácil, o técnico José Teodoro decidiu adotar uma formação mais defensiva , apostando nos contra-ataques. O que ele não esperava era ver a abertura do placar logo aos 9 minutos do 1º tempo, após a cabeçada do zagueiro Rhodolfo. Depois disso o Tricolor paulista dominou a partida, não dando espaço para os pernambucanos, que se preocupavam mais em bater do que em jogar. Bateram, bateram e bateram até que aos 42 minutos do 1º tempo o zagueiro André Oliveira do Santa Cruz cometeu um pênalti sobre Dagoberto, em um lance totalmente desnecessário, já que o goleiro Thiago já possuía a pelota em suas mãos enquanto o zagueiro, que já possuía um cartão amarelo na conta, empurrava o atacante dentro da grande área. Um gol àquela altura decidiria a partida, mas Rogério Ceni, ao melhor estilo Loco Abreu, desperdiçou a penalidade e o Santa continuou no páreo, porém com um jogador a menos.

O 2º tempo começou do jeito que terminou o 1º: paulistas no ataque e pernambucanos na defesa, tentando alavancar contra-ataques que surtiam pouco efeito. Como o resultado levava o duelo para os pênaltis, o Santa decidiu se fechar por completo, marcando muito forte os donos da casa. Destaque para a fortíssima marcação de Everton Sena que, simplesmente, não deixou o jovem talento Lucas sequer tentar uma jogada de efeito, o atrito entre os dois terminaria na expulsão de ambos faltando 3 minutos para o final da partida. Quando o jogo estava morno o suficiente para que o internauta fizesse uma pergunta aos comentaristas da partida, Ilsinho tabelou com William José, invadiu a área e anotou o segundo gol do São Paulo, que só administrou a partida a partir dali. Com o segundo gol, o Santa Cruz se perdeu em campo, foi para o tudo ou nada, mas acabou ficando com o nada, além de mais duas expulsões para deixar a eliminação ainda mais amarga.
        
A grande verdade é que: Faltou técnica no toque de bola e nas finalizações da equipe de Recife, que se contentou com o placar de 1 x 0, mas esqueceu que do outro lado estava um time três vezes campeão continental e mundial e seis vezes campeão brasileiro. Contra um time grande é preciso também jogar como um, e por ter pecado nesse aspecto, o Santa Cruz volta a Recife com uma eliminação nas costas que podia ter sido evitada, não fosse a falta de crença em seu potencial.

O São Paulo segue na Copa do Brasil e enfrentará o Goiás na próxima fase. O jogo será dia 20/04 no estádio Serra Dourada com a possível estréia de Luis Fabiano, o “Fabuloso”.

Por Rafael Costa

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Shaktar é um bom time.

O Shaktar Donetsk é um bom time, muito bom, por sinal.

Ataque rápido, meio campo habilidoso e criativo. A defesa é o ponto fraco: jogadores inseguros e sem recurso, além das faltas (muitas delas). São sete brasileiros no total: Jadson e Fernandinho (ex-CAP), Willian(ex-Corinthians), Alex Teixeira (ex-Vasco), Douglas Costa (ex-Grêmio), Luiz Adriano (ex-Inter) e Eduardo da Silva (naturalizado croata e ex-Arsenal).

A aposta do megamilionário que preside o clube funcionou: jovens talentos do Brasil estão sempre na mira, pois rendem um bom time e um bom dinheiro numa futura negociação.

Os ucranianos passaram em primeiro na fase de grupos e eliminaram com tranquilidade a Roma.

Basta ver a reação dos zagueiros ao saberem quem seria o adversário das quartas de final para saber o bicho que teriam que enfrentar.

Um bicho de onze cabeças, assustador pra quem joga contra, uma obra de arte pra quem é fã de futebol.

Todo fundamento, toda tática, todo futebol se resume a uma palavra: Barcelona.

A atuação de hoje não foi das melhores, mas isso não interfere: 5x1 no placar e vaga quase garantida para enfrentar o  quase garantido arquirrival de Madrid.

Que por coincidência também levou cinco no Camp Nou.

Aposentadoria de Ronaldo, cem gols de Rogério Ceni e Barça: a história aparecendo na nossa frente.

Dani Alves errou muito, mas fez gol e deu assistência.
Messi não faz gol há 4 jogos.
Xavi participou menos o que o habitual.
Puyol ficou de fora e Busquets jogou improvisado na zaga.
O meio perdeu em criatividade com Keita e Mascherano.

Não importa, 5x1. Barcelona é pura arte, é arte pura, é simplesmente, futebol.

Por Bruno Grossi

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sexta-feira. Ah, mas que alegria quando chega a sexta-feira! É FINALMENTE o dia mais esperado da semana, o dia no qual podemos sair da aula e deixar as preocupações e o cansaço de lado. O dia da semana em que se contam minutos para a aula acabar e o final de semana, então, começar. Um bar, um restaurante, uma festa, uma balada, um filme, uma peça. Seja qual for o programa, a alegria está só no começo e a noite ainda é uma criança.

Em especial, este final de semana será a festa de iniciação, de abertura dos novatos e novatas da Cásper. A primeira festa do ano, Marquesa, não é só nome de pompa, é por inteiro uma super festa, com direito à música boa, bateria da faculdade e o que não pode faltar: nossos amigos, claro. Desde segunda-feira, início das vendas dos ingressos, a Marquesa não saiu da boca do povo. Era gente querendo saber se ia de camarote ou pista, quem vai e, pricipalmente para nós, mulheres, com que roupa vamos. O traje é branco; pode parecer extremamente simples, mas é completamente impossível achar uma roupa branca que fique perfeita. 

Primeiro, o que já é do conhecimento de toda mulher, branco engorda. Segundo, estamos nas coleções de outono/inverno, ou seja, branco é da coleção passada e não tem quase nada nesse tom, ou então liso, inteiramente branco. Foi uma loucura encontrar a roupa perfeita, milhões de amigas procuradas, peças trocadas, lojas revistadas de cima a baixo. Também teve a grande procura dos abrigos, já que muitos dos nossos amigos casperianos não moram em São Paulo. Casas oferecidas, roupas trocadas, embelezamento agendado. Tudo pronto pra nossa estreia como verdadeiros casperianos!

No mais, domingo é o dia do descanso, da ressaca (moral ou não) e do cumprimento dos trabalhos, afinal, a vida não para e o Carlos Costa ainda vai pegar pra Cristo o pobre coitado que chegar atrasado na aula! Que venha a Marquesa, junto com os nossos mais queridos companheiros de todos os dias :).


Por Gabriela Kimura

Só mais cinco dias.


É isso ai, daqui uma semana se realizará no estádio do Morumbi o show do U2. Dias 9, 10 e 13 de abril, com todos os ingressos já esgotados, seria a melhor banda do mundo? Difícil definir qual é a maior e melhor banda do mundo, mas não são muitas que conseguem levar 270 mil pessoas para ver um show, proeza que o U2 conseguiu fazer no Brasil, sem contar que esgotou varios show em outros países. U2 360º começou em 2009 e está ai para promover o último album da banda No Line on the Horizon. Apesar de não ter sido um sucesso como Joshua Tree ou Achtung Baby, conseguiu vender 5 milhões de copias.

Aqui no Brasil, serão tocas 3 músicas desse novo album e as outras sereão clássicos, como Where the Streets Have no Name, One, With or without you e I still haven't found what I'm looking for. Uma grande promessa é a Ultraviolet (light my way), uma música com letra extraordinaria, que tem sido o ponto altos dos show no exterior, porém, tem sido trocada por outras.

O U2 ja está chegando ao Brasil, no momento se encontra na Argentina, curtindo festas e apresentações de tango com nossos Hermanos. Sua super estrutura, a Garra, ja está a caminho também e o Morumbi começou a ser preparado para receber a maior turnê do mundo. Seu nome ja diz muito, U2 360º, será um palco circular, para que todos os fãs possam aproveitar o maximo o possivél, sem priveligiar que está na pista. O palco conta com 1762 toneladas, incluindo as 400 caixas de som, tudo será transportado em 120 caminhões, é pouco? O palco também apresenta super painéis cilindricos com LED de alta definição, que proporcionarão visão de qualquer lugar no estádio.

Por Marina Pape  (papemari.blogspot.com)

domingo, 3 de abril de 2011

Pós-jogo: SANTOS 0X1 PALMEIRAS

O que esperar do duelo entre a melhor defesa e o melhor ataque do Campeonato Paulista? Um leigo em matéria de futebol certamente diria: o time com melhor ataque vai pressionar e o outro vai se defender o tempo todo. Às vezes o futebol é tão simples de entender que os prognósticos acabam se confirmando. O Santos x Palmeiras realizado na tarde do domingo no estádio da Vila Belmiro foi um jogo daqueles de ataque contra defesa.

Em jogo, além da rivalidade, estavam um pequeno tabu de dois anos do Santos em relação ao Palmeiras e também a liderança do Paulistão. O Peixe começou fazendo o que gosta de fazer e partindo para cima do Verdão, que suportava muito bem as investidas do badalado trio Elano, Ganso e Neymar. Aos poucos o visitante se encontrou em campo e passou a jogar de igual pra igual. 

O legal da partida foi ver a garra dos atletas em campo, lutando pela bola e tentando achar o melhor caminho. Nenhum dos dois deu mole e o torcedor teve a oportunidade de acompanhar um jogo bastante interessante. Apesar dos dois já estarem classificados para a próxima fase do Paulistão, ninguém tirou o pé. E olha que teve muita bola dividida!

E nessa onda de bola dividida quem se dá melhor é quem luta mais! O Santos não conseguiu usar a arte para abrir o marcador e viu o Palmeiras, com base no contra-ataque e na eficiência ofensiva, dar números à partida que era disputada lá e cá. O gol do palmeirense Kléber acabou saindo em um momento que o Santos jogava melhor e parecia poder abrir o placar a qualquer momento.

Ah, tudo bem... acho que é só para mostrar um pouquinho de como o futebol também pode surpreender.


Agora vamos cornetar que eu não sou de ferro...
Palmeiras – não é tudo isso. Uma equipe funcional cuja maior qualidade é ter a noção de que não é grande coisa. Bom sinal? Talvez... O “efeito Felipão” tem surtido resultados, mas é um panorama instável. Um adversário com maior qualidade técnica e mais agressividade pode derrotar facilmente o Verdão.


Santos – o Peixe está precisando se colocar no lugar certo. Os jogadores estão falando demais e jogando de menos. Sabe aquele time de “mão na cintura”? Os atletas estão cansados de pedir coisas ao Santos, como aumentos salariais e etc, mas será que já não está na hora de dar alguma coisa ao time? Quarta-feira (Libertadores) já está chegando, e aí Santos?

por Gabriel Carneiro.

sábado, 2 de abril de 2011

Entrevista com Demétrio Magnoli e considerações pessoais sobre a Reforma Política

Nessa semana, eu e Victor Bussiki estreamos nosso quadro sobre a Comissão Para a Reforma Política, que vai ao ar toda quinta feira no Jornal da Gazeta AM. Para começar com o pé direito, escolhemos entrevistar Demétrio Magnoli que, além de ser Doutor em Geografia Humana formado pela USP, contribui para o Jornal Estado de S. Paulo e para a revista Veja.
O primeiro tema sobre o qual questionamos nosso entrevistado foi, a obrigatoriedade do voto. Sua posição era a favor do voto facultativo, partindo do pressuposto de que não entraríamos no mérito de sua funcionalidade, mas sim de que, em uma democracia, mesmo com a possibilidade de eleger candidatos por votos de minorias, temos o direito de escolher até mesmo se queremos ou não participar das eleições ativamente.
Sua resposta foi esclarecedora, e eu me arrependo de, logo depois, ter insistido na questão da funcionalidade do voto facultativo. Demétrio não gostou de minha pergunta, pois pensou que eu estava defendendo uma posição sobre o assunto. Isso nos fez perder mais ou menos um precioso minuto de entrevista que poderia ser mais bem aproveitado. Autoflagelo a parte, fica de experiência.
O segundo tema a ser debatido foi, a reeleição, que se tornou muito polêmico uma vez que PT e PSDB já se aproveitaram dessa emenda, mas agora ambos são a favor do mandato de cinco anos, sem direito de participar das próximas eleições. Questionamos Demétrio sobre o porquê dessa mudança de posição em relação ao assunto.
Para nosso convidado, a reeleição foi um fator agravante para vários problemas para nosso sistema eleitoral. O principal deles é a preocupação que isso gera nos políticos em seu primeiro mandato de fazer propaganda visando às próximas eleições. Porém, deixou claro que não é inviável para todos os países, somente para alguns da América Latina onde, facilmente o aparelho de Estado possa ser partidarizado e transformado num instrumento eleitoral. Também declarou que a transformação das ações do Estado em propaganda política já acontecia durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, mas tomou proporções muito maiores durante o governo Lula em virtude da própria natureza ideológica pró-continuidade de poder exercida pelo PT.
Nosso terceiro tema abordado foi a Frente parlamentar pela participação da sociedade, liderada pelo senador Rollemberg e a deputada Erundina, ambos do PSB. Demétrio afirmou que essa participação do povo na comissão, supostamente promovida pela Frente Parlamentar, é apenas parte de sua propaganda. Ela seria mais uma estratégia dos partidos de mobilizar o povo e fazer uma pressão mais direta para promover suas propostas.
Questionado sobre redução do número de suplentes, nosso entrevistado desvalorizou a abordagem do tema na comissão uma vez que considera que não deveria haver suplência. Quando um senador sai de seu cargo, deveriam ser promovidas novas eleições para que não existam representantes que não tenham recebido votos. Ainda durante sua resposta, ironizou os senadores uma vez que estes se sentem acomodados pelo fato de serem eleitos e ainda poder levar seus apadrinhados ao senado.
Em nossa última pergunta, o articulista do Estadão posicionou-se contra o voto de lista fechada, uma vez que a fidelidade partidária não seria um objetivo da democracia. Sua real finalidade é a permissão para que os eleitos possam ser cobrados de seus eleitores. Na lista fechada, os partidos escolhem quem vai à eleição e o eleitor vota somente na legenda, o que pode gerar uma partidocracia, ou seja, um regime no qual os partidos controlam o voto de seu eleitor e ainda limitam a participação nas eleições, escolhendo somente os candidatos que estejam de acordo com suas convicções. Esse sistema de votação já acarretou problemas inclusive para a Itália, que hoje passa por uma crise política.
É importante ressaltar que sempre admirei Demétrio Magnoli por sua coerência, e concordo com quase tudo que ele disse em nossa entrevista, principalmente com a questão da fidelidade partidária, que, para mim é inviável, principalmente em um país como o nosso em que, dentro dos partidos existe muita incoerência ideológica, ou seja, uma pluralidade enorme de correntes de pensamento que divergem entre si. Não adianta votar num partido sabendo que ele não segue um só pensamento. Fora o fato de que, se um grupo dominante prepara uma lista fechada com sua linha de ideológica, isso pode gerar um racha dentro do partido, e adivinha qual é a conseqüência mais esperada por um brasileiro diante dessa situação? Novas legendas chegando na parada.
Em relação à frente de participação popular sou adepto de parte do que nosso entrevistado afirmou, exceto a generalização feita sobre os movimentos populares que tem acesso à câmara. Mas isso eu afirmo por experiência pessoal, pois participo de um movimento contra o aumento salarial dos parlamentares e sei o que é apartidarismo. É muito difícil recusar a proposta de um partido que quer trazer seus militantes junto a nossa causa, pois eles sempre aumentam a participação ativa no movimento, mas é o que sempre fizemos.
Em relação a essa participação popular promovida por Erundina e Rollemberg, acredito nas palavras de Demétrio, uma vez que querem contrariar o PT com relação a sua proposta de lista fechada para as próximas eleições. O partido dos trabalhadores não está mais se posicionando a favor das coligações, e isso seria prejudicial ao PSB, uma de suas principais bases aliadas. O apelo popular cairia bem em um momento desesperador ao partido de Eduardo Campos.
Gostaria de concluir fazendo um convite. Qualquer um que queira participar desse quadro sobre a reforma política, que vai ao ar semana que vem novamente, pode conversar comigo ou com o Bussiki. Estão livres para participar conosco dessa matéria. Inclusive, ainda não decidimos quem será o próximo entrevistado, e muito menos a pauta das perguntas, então estamos abertos a qualquer sugestão.
Provavelmente não postarei mais nada sobre minhas contribuições para a Gazeta AM. Aqui, será o meu espaço de articulação política, no qual farei minhas próprias considerações sobre o panorama semanal. Agradeço essa oportunidade a Bruno Grossi, que me convidou para fazer essa página sobre política.


Por Luiz Vassalo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vai descendo na boquinha da garrafa.


O que distancia a realidade das músicas do axé music que todos dançavam e o funk carioca nascido na cidade de Deus, seria somente a exclusão social? Pode-se dizer que sim, mas o axé nunca foi uma música para a classe media, no entanto descer na boquinha da garrafa ou fazer a cobra subir nunca foi um impecilho para não autorizar as crianças daquela época de ouvir ou dançar. 

Mas o que aconteceu com a midia fonográfica, que se depravou a tal ponto fazendo de musicas que  pareciam  brincadeiras imaturas em algo tão sexual? Alguns a protegem dizendo que são o feminismo em forma de protesto, outros ainda se abdicam desse direito e falam que sexo todo mundo faz, e alegam divulgá-lo de maneira saudável. 

Não se vê nada de saudável no funk, não é um estilo de musica venerado por muitos, mas tem atingido mais pessoas do que se imagina,e mais camadas sociais tem se rendido a batida eletrizante. Sem ter muita diferença do rap e o black americano as letras cheias de sexo e sem pudor, tem domado os morros e as capitais brasileiras, e como os mesmos dançam os blacks lançados nas rádios por Akon e afins, acontecem com os gringos que escutam a mistura de eletronico e uma batida eletrizante fazendo com que os rebolados não escutem a letra por trás da melodia.



Por um lado isso é bom, não depravando a imagem da musica brasileira,que ainda possui qualidade em outras vertentes, porem se um dia descobrirem que DAKO É BOM, pode ser o fim de todo esse sucesso.

Do blog Tô Facin, por Bianca Pizzolato

100!


Uma feliz geração do passado viu os mestres do futebol, viu o milésimo gol de Pelé, viu o Rei Pelé. Outra geração sofreu com o revés daquela que poderia ser a maior seleção de todas em 1982. O futebol mudou, mas o mais novos não ficaram atrás e em 2011 já presenciaram fatos épicos. Há pouco tempo, Ronaldo Fenômeno abandonou os gramados e espera ansioso pela despedida da seleção em junho, contra a Romênia.

O dia 27 de Março ficará marcado pra sempre e a marca alcançada tardará a ser superada. Rogério Ceni, unanimidade entres os sãopaulinos, talvez odiado pelos rivais, mas não há como negar que mesmo os corintianos, vítimas do centésimo gol, não tenham se orgulhado de presenciar um momento único. O gol de número cem veio com a quebra de um tabu de quatro anos.

A próxima marca? 1000 jogos, e mais uma vez, em 2011.


Do Blog do Grossi, por Bruno Grossi