terça-feira, 26 de abril de 2011

Harmonia em Trítono - Fim do Primeiro Capítulo


Para minha surpresa, encontrava-me em minha cama olhando para o teto, e aquela névoa ainda parecia estar lá, mas desaparecendo. Não sabia bem qual era o limiar entre sonho e realidade. Num estado de semi-sonambulismo, peguei minha guitarra. Não raciocinava música alguma, meus braços tocavam algo que nunca havia idealizado.
Era uma música peculiar. Quando parava de fazer a base, ligava a canção com “riffs” que soavam como gritos desesperados de imploração por clemência. Aquilo não vinha de mim, mas reconheço que achei genial. Afinal, os melhores músicos foram aqueles que chocaram seu público, tanto com a beleza virtuosa e cristã, quanto com a escuridão.
Durou exatos 47 minutos. Parecia um ritual para entrar em contato com algo, ao mesmo tempo, elevado e subterrâneo. Era a minha sinfonia. Passei anos compondo para minha banda de rock e nunca havia sido de tal genialidade. Não reconheci a mim naquela melodia, porém, se não fosse minha, a quem mais pertenceria?
Não pude anotá-la ou mesmo gravá-la. Quando terminei de tocar, caminhei lentamente até o pedestal, onde deixei a guitarra, e voltei para a cama como uma marionete de sabe lá quem ou o que. Foi aí que retomei total controle sobre meu corpo e mente, podendo voltar a dormir.


 Considerações:


Espero que tenham gostado do primeiro capítulo de meu livro, "Harmonia em Trítono". A história tem ainda muita coisa pela frente e, lendo apenas esse trecho, é impossível imaginar seu desenvolvimento e desfecho. Cheguei a pensar em postá-lo inteiro aqui, mas acredito que seria tempo demais para vocês acompanharem a história. Também confesso que tive medo de ser plagiado. Provavelmente conseguirei revisá-lo até o fim do ano, para poder publicá-lo.

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